Florianópolis tem ataques a 12 ônibus e a base da PM

01/10/2014 - O Globo


FLORIANÓPOLIS- A Polícia Militar de Santa Catarina registrou pelo menos 22 ataques no estado desde sexta-feira. Criminosos ainda não identificados mataram um ex- agente prisional. Morador de Criciúma, ele foi chamado para fora de casa e atingido por três tiros, dois nas costas e um na cabeça, morrendo na hora. Ele estava aposentado havia cinco anos. A polícia catarinense registrou, também, ataques contra uma base da PM. Doze ônibus foram queimados, e disparos foram feitos contra viaturas policiais e casas de agentes públicos.

FUGA, ATROPELAMENTO E PRISÕES

Dois homens foram presos quando tentavam fugir, de carro, da polícia em Florianópolis. Na fuga, capotaram, atropelando duas mulheres, que foram internadas em estado grave. Houve tiroteio, e eles se esconderam no manguezal. Um dos detidos é menor de idade.

A onda de crimes começou na Grande Florianópolis, mas se espalhou para outras regiões do estado. Os ônibus do sistema de transporte coletivo da região pararam de operar por volta da meia-noite de ontem e voltaram às 6h. O objetivo foi garantir a segurança dos trabalhadores do sistema.

Durante a madrugada, cinco ônibus foram queimados na cidade de Tijucas. Em Navegantes e em Itapema, outros dois foram incendiados. Com os novos ataques, sobe para 12 o total, desde sexta feira. Também na madrugada, em outras duas cidades, as casas de dois policiais foram alvejadas por tiros.

Mais cedo, por volta das 6h15m, 14 tiros foram disparados contra a base da PM no Campeche, também em Florianópolis. Segundo a corporação, os criminosos estavam numa moto, e fugiram. O transporte coletivo na Região Metropolitana de Florianópolis foi interrompido durante a madrugada, já no final de semana. A medida foi tomada para evitar que outros veículos fossem atacados. Segundo o comando da Polícia Militar, as ocorrências estariam relacionadas.

Segundo a chefe de Comunicação Social da PM, tenentecoronel Claudete Lemkuhl, além dos ataques, um coquetel molotov foi jogado num posto de combustível, que não chegou a incendiar.

Ontem, as empresas voltaram a colocar os ônibus nas ruas aos poucos. A PM fará o monitoramento em pontos e rotas considerados mais perigosos. Para tentar coibir ataques e prender suspeitos, a polícia acompanhará a circulação de ônibus com soldados à paisana.

Além disso, foi estabelecido um canal de comunicação instantânea, via celular, entre o comando da PM e os donos das empresas de ônibus. Caso surjam ocorrências, elas poderão ser comunicadas imediatamente à polícia. Porém, a estrutura de troca de mensagens internas entre funcionários e empresários será definida por cada operadora do transporte coletivo.