terça-feira, 13 de dezembro de 2016

ELETRA CONFIRMA INÍCIO DE OPERAÇÃO DE ÔNIBUS A “ENERGIA SOLAR” AINDA NESTE MÊS

13/12/2016 - UITP Latin American

Ônibus elétrico que será abastecido a partir de energia solar. Estudo da universidade catarinense mostra que um ônibus com consumo médio de 670 litros de diesel por mês emite cerca de 3,9 toneladas de CO2. Em um ano, a emissão chega a 46,8 toneladas de CO2. Ônibus elétricos podem poupar estas emissões.

Veículo é elétrico, mas energia será gerada em estação experimental de universidade por meio de placas fotovoltaicas

A fabricante de tecnologia para veículos elétricos, Eletra, com sede em São Bernardo do Campo, no ABC Paullista,  confirmou nesta segunda-feira ,12 dezembro de 2016, que o primeiro ônibus elétrico assistido por energia solar fotovoltaica do Brasil começará a circular em Santa Catarina ainda neste mês.

O Diário do Transporte antecipou em primeira mão o desenvolvimento dos estudos. O ônibus foi apresentado em setembro no 12º Salão Latino-Americano de veículos elétricos, realizado em setembro na cidade de São Paulo.

O novo modelo inicialmente fará o transporte de alunos, professores e técnicos da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, entre o campus da Trindade e o laboratório, no Norte da Ilha, no Sapiens Parque, bairro Canasvieiras.

Os testes fazem parte dos trabalhos do Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC. O projeto é coordenado pelo professor Ricardo Rüther, da mesma universidade ,e foi financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, ao custo de cerca de R$ 1 milhão.

Na verdade, o ônibus é elétrico com bateria, no entanto, uma estação dentro do campus da universidade vai captar energia solar e transformar em energia elétrica para alimentar as baterias do ônibus.

Em nota, a Eletra traz alguns detalhes das características técnicas do veículo:

O ônibus, Marcopolo Torino Low Entry, com plataforma Mercedes-Benz O500U Elétrico, possui sistema de tração elétrica com tecnologia da Eletra, responsável também  pelo projeto de integração, com 200 kW de potência. Com comprimento total de 12.710mm, tem capacidade para 37 passageiros sentados, rampa de acesso para portadores de necessidades especiais, poltronas estofadas, sistema de ar-condicionado, wi-fi e pontos USB.

 O projeto Ônibus Elétrico Assistido por Energia Solar Fotovoltaica da UFSC conta também com a parceria das empresas Marcopolo, Mercedes-Benz e WEG. Envolve o conceito de “deslocamento produtivo”, aliado a um veículo de propulsão 100% elétrica e para o qual a geração de energia é realizada por intermédio de módulos solares fotovoltaicos integrados.

 O sistema de tração desenvolvido pela Eletra tem motor elétrico WEG Trifásico 250 L com 200/400 kW de potência com autonomia de até 200 quilômetros, com quatro recargas de seis minutos. O projeto de integração e tecnologia da Eletra possui baterias de tração tipo Ions de Lítio (Energia de 128kW/h com oito “Packs” e tempo de recarga de 2,5h com carregador lento e 0,5h com carregador rápido).

Um trabalho acadêmico da UFSC mostra que um ônibus elétrico puro pode evitar a emissão de 46,8 toneladas de gás carbônico por ano, é o equivalente ao que 5800 árvores resgatariam de gás do ambiente no mesmo período.

Estudo da universidade catarinense mostra que um ônibus com consumo médio de 670 litros de diesel por mês emite cerca de 3,9 toneladas de CO2. Em um ano, a emissão chega a 46,8 toneladas de CO2.

Segundo o  Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da UFSC, os benefícios ao meio ambiente que o ônibus 100% elétrico pode gerar equivalem ao que 5.800 árvores resgatam de gás carbônico no meio ambiente. Estudo do Instituto Totum e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, demonstra que cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) nos primeiros 20 anos de vida, o que seria uma média de 8,1 kg de CO2 por ano.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

https://diariodotransporte.com.br/2016/12/13/eletra-confirma-inicio-de-o...

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Grande Florianópolis já deve ter BRT em 2017, diz superintendente

25/10/2016 -  
 
LARISSA LINDER

Grande Florianópolis já deve ter BRT em 2017, diz superintendente Cristiano Estrela/Agência RBS
Grande Florianópolis já deve ter BRT em 2017, diz superintendente Cristiano Estrela/Agencia RBS
Foto: Cristiano Estrela / Agencia RBS

A falta de integração no transporte público de Florianópolis é um gargalo que obriga, muitas vezes, o usuário que transita entre dois pontos do continente a pegar um ônibus que vai até Ilha e, lá, trocar por outro que retorna à região continental. 

O sistema metropolitano, liderado pela Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf), pretende acabar com isso. Entre as opções para solucionar o problema, o projeto prevê trazer BRTs (Bus Rapid Transit ou Ônibus de Transporte Rápido) para a região, um esquema de faixas exclusivas de ônibus (veja a definição de BRT ao final da matéria).

– Hoje, para ir de Palhoça até o centro (da Capital), leva-se 15 minutos sem trânsito e mais de uma hora com trânsito. O objetivo é que com o novo sistema sejam sempre 15 minutos – diz o professor Werner Kraus, do Observatório de Mobilidade Urbana da UFSC, que faz parte do projeto. 

A Suderf estima que todas as linhas estarão prontas até 2021, mas já em 2017 alguns trechos deverão ser entregues.

– Espera-se que os primeiros trechos do BRT interligando São José via Estreito até o Terminal Integrado do Centro (Ticen), em Florianópolis, bem como a racionalização dos itinerários das redes e linhas intermunicipais, entrem em operação até o final de 2017 – diz Cassio Taniguchi, superintendente da Suderf. 

Projeto prevê três linhas de BRT

O projeto metropolitano planeja duas linhas saindo de Palhoça e outra de São José, todas terminam no centro da Capital. No total, serão 57 quilômetros de vias e de faixas exclusivas, 36 estações e quatro terminais de integração para este modal. 

Foto: Arte DC / Agência RBS

Além disso, como explica Taniguchi, estão previstas faixas exclusivas para ônibus comuns e a remodelação dos percursos dentro dos municípios. A outra linha de BRT, dentro da Capital, é tocada pela prefeitura, fora do âmbito da Suderf, e já está em obras desde maio, com dinheiro da Caixa.

Para o sistema metropolitano, o investimento, de R$ 1,1 bilhão, deverá contar com aportes do governo do Estado por meio de financiamentos de bancos de desenvolvimento (BNDES, principalmente) na proporção de 50% do poder público e 50% do parceiro privado. 

O sistema está sendo tocado por meio de parceria público-privada (PPP). De um lado, o consórcio Triunfo toca a parte de infraestrutura. De outro, a Suderf, em convênio com o Observatório de Mobilidade da UFSC, faz a parte de inteligência operacional.

Um dos pontos atacados será o excesso de linhas intermunicipais que saem de Biguaçu e São José em direção à Capital. Por não terem integração entre si, acabam trafegando com poucos passageiros, formando filas nos corredores de ônibus, além de atenderem poucos trajetos dentro dos municípios. O mesmo não ocorre em Palhoça, onde já há integração quase completa.

Mas para que novo sistema dê certo é preciso que os prefeitos das cidades envolvidas concordem em seguir adiante com o projeto de forma integrada. As prefeituras de São José, Palhoça e Biguaçu, procuradas pela reportagem, mostraram-se favoráveis. Em todas elas, os prefeitos foram reeleitos.

O que é BRT?

Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus é um sistema de transporte coletivo de passageiros com base em ônibus com faixas exclusivas. Para ser considerado um BRT, é preciso que o sistema tenha cinco características: 

1) faixa exclusiva;
2) alinhamento das faixas no corredor central da via;
3) pagamento da tarifa na estação, não dentro do veículo;
4) passagem livre para ônibus nas interseções;
5)  plataformas de embarque em nível, alinhadas com o piso dos ônibus. 

O BRT é uma tecnologia brasileira, desenvolvida na gestão do ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner, na década de 1970. Embora já existissem faixas de ônibus em vários lugares no mundo antes disso, foi Lerner quem idealizou o sistema da forma como é conhecido hoje. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Governador de SC afirma avanço nos estudos para implantação de BRT na Grande Florianópolis

21/09/2016 - Notícias do Dia

O projeto ainda deve ser apresentado ao Tribunal de Contas do Estado. A previsão é lançar a licitação entre o fim deste ano e o início de 2017.

O governador Raimundo Colombo recebeu a equipe responsável pelo projeto de implantação do sistema de transporte coletivo por BRT (Bus Rapid Transit) na Grande Florianópolis na tarde de terça-feira (20) e afirmou que os estudos estão avançando. Os próximos passos envolvem apresentação do projeto ao Tribunal de Contas do Estado e a realização de audiências públicas para, então, lançar a licitação, o que está previsto para ocorrer entre o final deste ano e o início de 2017.

A proposta, segundo o governo do Estado, é estabelecer uma parceria público-privada para operação do sistema BRT na região metropolitana de Florianópolis, com uma concessão administrativa prevista para 25 anos. O traçado inicial contaria com 57,5 quilômetros, envolvendo quatro terminais exclusivos, 36 estações e 76 paradas.

O secretário de Estado do Planejamento, Cássio Taniguchi, explica que a área de cobertura é bastante ampla, abrangendo desde o município de São José e o bairro Estreito, na área continental de Florianópolis, até o Centro da Capital e, na sequência, as regiões da UFSC e do Norte da Ilha.

A estrutura prevista na Grande Florianópolis seria construída ao longo de quatro anos, com investimentos de R$ 1,1 bilhão, valor a ser dividido entre poder público e iniciativa privada.

A proposta do BRT é aumentar o número de pessoas que utilizam o transporte coletivo na região, desafogando o trânsito na entrada e na saída de Ilha. Pesquisa do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável) da Grande Florianópolis aponta que enquanto a média brasileira é de 32% da população utilizando transporte individual (carro ou moto), na região de Florianópolis esse índice é de 48,7%. Em cidades que contam com sistemas semelhantes ao BRT previsto para Florianópolis, os índices são bem inferiores, como em Curitiba (30%) e no Rio de Janeiro (21%).

Também acompanharam a reunião o presidente da SCPar e do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas, Paulo César da Costa; os secretários de Estado da Casa Civil, Nelson Serpa; e da Fazenda, Antonio Gavazzoni; o procurador-geral do Estado, João dos Passos Martins Neto; e o presidente do Deinfra, Wanderley Agostini.